Home Artigos Gestão Errar para Inovar

Errar para Inovar

Arriscar

Negar o erro

A cultura ocidental encara o erro como algo a ser evitado a todo o custo. Somos programados para acreditar que errar é mau, que é sinónimo de fracasso, e que admitir o erro significa assumir as suas consequências.

Erro e culpa acabam por andar de mãos dadas. É por isso que pessoas e organizações são tão avessas a ele e se mostram tão predispostas a adiar o mais possível a aprendizagem que podem retirar das suas ações menos eficazes.

Evitar o imprevisto

Nenhuma organização ou pessoa parte para um desafio com o objetivo de falhar. Ninguém erra por opção. Aquilo a que convencionámos chamar erro designa apenas um resultado que não é o resultado que se pretendia atingir inicialmente.

A organização que aponta o dedo e que penaliza o erro perde uma enorme oportunidade de aprender com ele, para além de se colocar numa pretensa zona de segurança em que já não há margem para erro pois não se arrisca com medo de errar.

E muitas vezes confundimos esta zona de segurança com competência ou com experiência profissional, quando na prática se trata de uma zona sem recursos, onde a criatividade, a inovação, a experimentação do novo, do diferente, não têm lugar. Usando a metáfora do futebol, a única forma de garantir que não se falha um penalti, é nunca arriscar marcá-lo.

Assumir o risco

Em alternativa, a organização que olha para o erro como um resultado distinto do que pretendia alcançar possui uma enorme vantagem competitiva. Aprende que a ação que empreendeu com vista a um determinado objetivo não é a ação adequada para o alcançar e sabe agora que, se pretende um resultado diferente, terá que procurar soluções e caminhos alternativos.

O erro é, neste caso, um pré-requisito para o sucesso. E o suposto fracasso afinal resultou em aprendizagem e experiência, que permitem reajustar a rota e navegar para outros mares.

É fundamental que as nossas organizações desenvolvam culturas de aprendizagem que proporcionem aos seus colaboradores contextos seguros para o “fracasso”. Fazê-lo implica alterar completamente o mindset dominante, incentivando processos de tentativa e erro, assunção de riscos e externalização da criatividade, ingredientes essenciais para a inovação.

Paula Trigo

Xpand

Desenvolvimento Pessoal e Profissional

Artigo adaptado a partir do post Errar é Preciso, publicado no Blog Metamorfoses


Ver Também

Economia Colaborativa: do sucesso individual à prosperidade partilhada

Nos últimos anos, a economia colaborativa, também conhecida como economia da partilha, tem…