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Como alcançar a realização profissional

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Hoje em dia somos bombardeados a toda a hora com a ideia de que ser feliz profissionalmente significa pegar numa paixão ou num conjunto delas e transformá-las no nosso “ganha pão”. Mas será mesmo esta a receita da realização profissional?

Fazer uma transição de carreira é sempre algo complexo. Além de todas as questões inerentes ao processo em si e ao impacto que essa transição poderá ter em termos pessoais, familiares e/ou financeiros, é muito frequente encontrar pessoas que, apesar de estarem insatisfeitas com a sua profissão atual, não fazem ideia de qual será o melhor caminho a seguir.

Pessoas nesta situação de incerteza facilmente podem ser induzidas em erro quando pensam em mudar de profissão, uma vez que existe uma considerável pressão social no sentido da realização das nossas paixões. Seguindo esta perspetiva, o processo seria:

1 – Saber quais são os meus interesses;

2 – Explorar todas as carreiras que combinam com o meu grupo de interesses;

3 – Perseguir essas profissões a todo o custo.

A lógica é: se sou apaixonada pelo que faço, tenho mais chances de ser bem sucedida e de ter uma carreira gratificante.

Porque é que este não é o melhor plano a seguir

Na prática, as coisas não funcionam de forma tão linear, uma vez que:

  • Os nossos interesses não são uma base sólida de escolha, pois vão mudando ao longo do tempo.Não devem por isso ser um fator decisivo nas nossas decisões profissionais.
  • Pesquisas mostram que “seguir uma paixão” não tem uma relação direta com “considerar-se profissionalmente bem sucedido”. O que faz com que a pessoa se sinta feliz e preenchida na sua vida profissional é, na maioria das vezes, sentir que o seu trabalho acrescenta valor, ou seja, faz a diferença na vida de alguém.

Por isso, é urgente acabar de vez com a ideia de que a nossa principal função é encontrar a nossa paixão e viver dela a todo o custo. A ideia de que tudo o que fazemos tem de caber nesta “coluna” da paixão é absurda e pode levar-nos a desperdiçar oportunidades que poderiam mudar a nossa vida se não estivéssemos tão focadas nos nossos interesses.

Como escolher afinal?

O plano é o seguinte:

  • Comece por descobrir quais são os seus talentos: coloque questões como “o que faço bem?” “o que os outros dizem que eu faço bem?”;
  • Aperfeiçoe esses talentos a cada dia que passa;
  • Explore as necessidades que existem no mundo;
  • Selecione aquelas para as quais acha que pode contribuir de forma significativa tendo em conta aquilo que melhor sabe fazer.

Foque-se em colocar os seus talentos ao serviço dos outros, em fazer do mundo um lugar melhor!

O conselho “siga a sua paixão” está ao contrário. Em vez de partirmos da paixão para alcançarmos o sucesso e a carreira gratificante, o ponto de partida deverá ser o auto-conhecimento para percebermos quais são os nossos maiores talentos e aplicá-los de forma a que produzam valor na vida dos outros. Só depois virá a paixão e a realização profissional.

Não fique cega pela procura da paixão. Procure primeiro por si própria. Siga aquilo que é, não o que ama. 

 

Joana Forno – Coaching Profissional

Inspirado no artigo: Pare de procurar a sua paixão e comece a procurar por si!

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