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Está a alimentar a sua tribo? – Parte 1

Vendas

Tribo (do termo latino tribu) é um agrupamento humano unido pela língua, costumes, instituições e tradições.

Feche os olhos.

Não fechou pois não? Fez muito bem. Em primeiro lugar, porque não iria conseguir continuar a ler este artigo. O que era altamente frustrante para mim.

Em segundo lugar, porque com toda a certeza não está aqui para fazer, sem mais nem menos, aquilo que lhe peço (ou sugestiono).

A nossa natureza é assim mesmo. Por mais tecnológica que seja a nossa sociedade, o nosso dia a dia, continuamos a ter (alguns) comportamentos humanos.

Por mais estranho que lhe possa parecer (para já) eu estou aqui para falar de gestão de redes sociais. Mais propriamente de vendas nas redes sociais.

A primeira decepção que trago hoje é que toda a nossa presença comercial nas redes sociais tem muito mais a ver com psicologia e sociologia que com tecnologia.

Portanto, se o seu foco está todo no perfeito domínio das plataformas digitais, está a começar a casa pelo telhado. Acredite, dizem as leis da física que, ou é genial na engenharia, ou a coisa vai correr mal.

Vamos então esquecer as plataformas digitais por alguns minutos e vamos fazer alguns exercícios relacionados apenas e só com pessoas.

Vamos entrar em dois mundos distintos: O mundo das tribos e o mundo dos mercados tradicionais.

Imagine que o seu negócio não está nas redes sociais e apenas na banca de um mercado tradicional.

Se vender peixe (por melhor que ele seja!) passa-lhe pela cabeça colocar a sua banca num mercado orientado a consumidores vegan?

O seu produto é bom, está bem apresentado, a sua simpatia é contagiante. Até passa grande parte do dia a conversar com as pessoas com quem vai metendo conversa. Vendas é que nada!

Eu sei, isto é bastante óbvio!

Se pensarmos no facebook (por exemplo) como um gigantesco mercado, podemos facilmente começar a encontrar aquela peça do puzzle que nos estava a faltar. Com uma simples pergunta: Será que estou a chamar as pessoas certas para a minha banca?

Vamos avançar para um meio mais urbano e mais moderno. Mas ainda fora das redes sociais. Um shopping center.

Quem vende “cartões de crédito” nos centros comerciais merece um lugar especial no céu. É garantidamente uma das vertentes mais difíceis e ingratas no mundo das vendas.

Mesmo que não admita, eu sei que já inventou uma desculpa para não falar com a senhora dos cartões de crédito. Não minta!

Já pensou que a gigantesca maioria das pessoas faz o mesmo? Já imaginou como deve ser tremendamente difícil fazer uma venda?

O grande problema não está na simpatia da pessoa. Nem na sua competência. Provavelmente, nem tão pouco no produto. Nem na banca (que até paga a peso de ouro aquele espaço). O verdadeiro problema está no modelo de venda. Na forma e não no conteúdo.

Entra aqui a segunda decepção que trago hoje. O que quase todas as pessoas fazem com o seu negócio nas redes sociais é “vender cartões de crédito no shopping”.

(Já agora, da próxima vez que lhe fizerem uma abordagem comercial num shopping, lembre-se de quão difícil é o trabalho dessa pessoa).

Quando passamos a vida a “tentar vender” nas nossas redes sociais, sem critério, sem sentido de oportunidade, de forma totalmente aleatória, não será perfeitamente normal (e até expectável) que o resultado seja pouco ou nada eficiente?

Na nossa convicção estamos não só a trabalhar, como a ser extremamente eficientes. No entanto, sem sentido de oportunidade, somos apenas vistos como “chatos/as”.

O que faz com todos aqueles catálogos e panfletos e promoções que colocam na caixa de correio lá de casa?

Deixe-me adivinhar: A grande maioria vai logo para o lixo (ou nem sequer sai de caixa de correio até ao momento em que já não cabem as cartas). De vez em quando, escolhe um ou outro porque até tem qualquer coisa que, por acaso lhe interessa. Uma pequena minoria das pessoas irá responder que leva tudo para casa e vê religiosamente todas as promoções.

Curiosamente, a grande maioria até tem aquele autocolante “ publicidade aqui não”!

Voltando novamente para o mundo digital: O que fazemos com o nosso negócio é precisamente colocar promoções no feed de notícias das pessoas. E são pessoas! Vão ter o mesmo comportamento quer seja na caixa de correio lá de casa ou no seu facebook.

Ai é assim à bruta? OK então aqui vai.

PARE DE TENTAR VENDER COISAS! É esta a solução.

E antes que diga que sou um idiota (mais uma vez!) eu respondo já a essa pergunta que está a fazer neste momento. Sim, essa do “como raio paro de tentar vender coisas se o meu negócio vive das vendas?!”

O segredo está na forma como alimenta a sua tribo.

Vou contar-lhe tudo no próximo artigo (parte 2).  Mas para já, reflita um pouco sobre o que falei nesta primeira parte. Deixe a sua opinião nos comentários!

Ah e se ainda não subscreveu a newsletter MAO (na página principal deste site), está a perder coisas fantásticas da sua tribo!

Leia a PARTE 2 deste artigo

Daniel Monteiro (Dan para os amigos e inimigos)

TGS Marketing

Sobre o autor:

Além de “Pro” WordPress, é especialista em Social Media Management and Strategy, em Social Selling e em Human to Human communication, e tem estado ligado (inclusivamente como co-fundador) ao desenvolvimento de reconhecidas Startups portuguesas, finalistas de importantes programas de aceleração internacionais (incluindo no WebSummit 2016).

“Think like a startup” é o seu lema profissional. “Como vamos tirar o máximo partido dos poucos recursos que temos e atingir o sucesso?

Desenvolveu os primeiros projectos web ainda nos anos ’90, quando a web era ainda um embrião em Portugal. Passou, posteriormente, por vários anos de trabalho em multinacionais líderes de mercado no sector tecnológico, dedicando-se actualmente a ajudar outras pessoas (profissionais ou não) a conseguir tirar o máximo partido dos recursos digitais da actualidade!

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