Home Artigos Negócios Liderar ou oprimir?

Liderar ou oprimir?

Estilos de liderança

Há cerca de 10 anos, uma querida amiga, colaboradora de uma grande empresa na altura (agora menos grande), contava-me a sua dificuldade em compreender as “chefias”. Contou-me como não falavam, não ouviam, não explicavam nem muito menos conheciam a realidade diária do seu setor, acabando por definir objetivos inalcançáveis, assim como métodos de trabalho repressivos e completamente desmotivadores.

Mas a pergunta final que se colocava era “porquê?”

Nunca me esqueci desta conversa. Felizmente a minha amiga, através de um processo muito peculiar de transformação pessoal, adaptou-se, aprendeu a lidar com o lado menos positivo do seu trabalho, passou a valorizar todos os aspetos positivos do seu dia a dia e encontrou um espaço de equilíbrio no seu tempo livre. Sobreviveu e ainda está na mesma empresa.

Recentemente esta conversa voltou à minha memória enquanto uma pessoa que acompanho com terapia Reiki Tradicional me descrevia o seu dia a dia profissional. Entre humilhações, gozo indireto e total desrespeito pelos horários de trabalho dos colaboradores, os seus “patrões”, donos da empresa, são um catálogo perfeito de tudo o que não deve ser um líder, ou um “chefe”.

Mas ainda esta estratégia? pensei… Pior do que há 10 anos atrás?

Resolvi aprofundar o tema entre amigos e clientes. Tristemente concluí que a nossa estrutura hierárquica, tanto em empresas como em instituições públicas, evoluiu muito pouco no que respeita a relações humanas e, se considerarmos os recursos atualmente disponíveis, podemos até dizer que regrediu.

Em pleno século XXI parece permanecer a cegueira da hierarquia exercida com base no poder, na submissão dos mais fracos, no uso abusivo de trabalho não remunerado, ou mal pago, no afastamento daqueles que pensam por si e têm a coragem de levantar a cabeça, acabando por perder funções ou até mesmo o emprego.

As consequências

Acompanho muitas pessoas cuja origem dos seus múltiplos problemas é apenas uma, um emprego que lhes destrói a vida, não porque não gostam do que fazem, mas porque um superior hierárquico as deixa com a sensação permanente de terem a cabeça na guilhotina. E esta sensação causa um stress interno brutal em todas as células do corpo.

A médio e longo prazo esta tensão pode ser fatal levando a depressões profundas, a ataques cardíacos fulminantes, cancros e outras doenças degenerativas, de origem multifatorial, que crescem de forma preocupante em todos os países (aparentemente) desenvolvidos.

Coloco de novo a questão da minha amiga: “Porquê?” Acrescento uma: “serão mais felizes, estes líderes opressores?” Deixo muitas outras por fazer…

Como resposta, vinda do meu interior, encontro apenas uma, “fraqueza”. Quem utiliza a sua posição hierárquica para subjugar os outros é simplesmente fraco, mas vive na ilusão de ser muito forte.

Ana Luísa Bolsa | Fundadora da 4 Elementos – Comunicação e Design e do Espaço 4 Elementos – Macrobiótica, Formação e Holística
Facebook
alb@4elementos.pt


Ver Também

Marcas Éticas: o caminho para um empreendedorismo consciente e responsável

No mundo empresarial contemporâneo, a ética empresarial tornou-se um pilar fundamental par…