Vida Os nossos ciclos Publicado em 12 de Agosto, 2018 Espero que a minha historia a possa inspirar no processo de autoconhecimento através do seu ciclo. Se apenas uma leitora se inspirar, já terá valido a pena a partilha. A minha experiência Sempre sofri de terríveis dores de período, com fluxo excessivo. Os dias do período eram os dias de ficar em casa, sem ir na escola, com dores fulminantes que nenhum analgésico aliviava. E foram sempre esses os “dias do período”, os “dias sem vida”, os dias em que me fechava para o mundo… evitava sair, não namorava… sair de casa era por si só uma aventura. Enfim, a vida entrava em modo “pausa”. A minha ginecologista prescreveu-me a pílula com apenas 15 anos. Aliviou ligeiramente as dores mas o fluxo era o mesmo. Quando engravidei, aos 23 anos, senti me um pouco mais em controlo do meu ciclo; para alem de não ter período, senti as minhas hormonas mais estabilizadas. Como amamentei mais do que um ano, também não tomei a pílula durante esse período. Entretanto, conheci uma médica do estilo “auto didata” que não se limitava ao que aprendeu na universidade, a qual me aconselhou a não voltar a tomar a pílula. Mesmo com os sintomas que tinha, ela acreditou que deveria ser realizado um estudo do meu caso e que camuflar o problema com um comprimido não era a solução. Mudei-me nessa altura para Londres e consultei todos os especialistas, ginecologistas, gastrenterologistas, nutricionistas, naturopatas e ate psiquiatras (sim, acredito que toda a condição física é reflexo de emoções ou registos inconscientes mal resolvidos). Por conta da dismenorreia, menorragia e suspeita de endometriose, convivi com uma anemia de hemoglobina a 7 e ferritina a 2. Nenhum especialista se interessou verdadeiramente pelo meu problema. Mas todos tiveram soluções: tomar a pílula, fazer uma histerectomia, comer carne vermelha todos os dias…. A minha conquista Ate que eu tomei as rédeas da minha vida e decidi pesquisar, estudar… enfim, interessei-me por mim. Não encontrei soluções, mas fiz um mergulho tão profundo em mim, em me conhecer melhor, que valeu a pena. Comecei a nutrir-me melhor, em alimentos, em emoções, a cuidar de mim. Foi um processo longo de mudança de hábitos, nada imediatista… mas transformador. Quem me conhece sabe como foi e quem não me conhece diz que fui e sou muito rigorosa! Bem, o que tem de errado sermos rigorosos com o que nos faz bem? O que é mais rigoroso? Os hábitos que nos acrescentam ou as cirurgias que nos reduzem (como a remoção do útero)? Resumindo, acredito que não existe fórmula mágica. Existe a NOSSA fórmula mágica e apenas essa podemos apreender. Com o meu processo (alimentação, suplementação, gestão de emoções, forma de viver a vida, redefinição de prioridades) deixei de ter dores, cólicas, TPM, o fluxo reduziu imensamente, o meu ciclo está afinadissimo com o ciclo lunar, sinto-me em sintonia com a natureza, sei quando ovulo, quando estou fértil, quando vou menstruar. Amo estar menstruada e ainda adelgacei o corpo e fiquei mais bonita. O melhor conhecimento é a sabedoria do que somos. É um processo maravilhoso. Temos que nos desapegar de crenças, de cultura, de pessoas… mas vale a pena o investimento! Não somos nós a pessoa mais importante da nossa vida? Sónia Almeida Ferreira De Rose Method
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