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Repensar a comunicação em tempos de Covid-19

O COVID-19 afetou os nossos negócios e a forma como as marcas e as empresas comunicam.

Um estudo indica que 94% das marcas, em Portugal, assume ter alterado a sua estratégia de comunicação por influência da pandemia. O estudo “COVID-19: TheDayAfter” , do Grupo YoungNetwork, revela que 88,1% fez alguma comunicação específica sobre o novo coronavírus.

Quanto aos eventos e ações de ativação, parecem manter-se: 58% das marcas tenciona organizar iniciativas ainda este ano, 42% assume o adiamento para já e 41,2% aposta em soluções digitais.

Consultores de comunicação, agências de relações públicas e de marketing não ficaram indiferentes e reinventaram as abordagens.

Enquanto a crise ainda decorre, é crucial pensar na comunicação pós-covid-19 e estarmos bem preparadas. Para tal, é importante olhar para o mercado em que atuamos e para os outros países que passaram pelo mesmo antes de nós.

O silêncio nem sempre é a melhor estratégia e esta não é a hora para desaparecermos. É importante reiniciar com confiança e mantê-la sustentável a longo prazo. Dar esperança e inspirar.

Os clientes e consumidores estão a mudar de atitudes, opiniões e hábitos. Surgem novas tensões sociais. É essencial redescobrir a audiência e ajustar as estratégias de comunicação.

As empresas devem testar o seu posicionamento e estruturar o caminho a seguir. É importante igualmente construir uma narrativa coesa para resolver (e não vender): storytelling.

Este é o meu ponto de chegada, como transmitir a narrativa para a imprensa e jornalistas e a boa utilização do comunicado de imprensa. Este formato não tem de ser uma opção apenas para as grandes e médias empresas e marcas. Qualquer projeto, negócio ou micronegócio pode ser suscetível de captar a atenção da imprensa, desde que reúna alguns dos requisitos, como por exemplo: ser novidade, ser inovador, envolver um testemunho real, ter um investimento pioneiro em Portugal, afetar significativamente a vida de alguém.

O objetivo do comunicado de imprensa é captar a atenção, gerar notícia e visibilidade mediática para a pessoa, marca ou entidade. Tem uma boa relação custo-benefício e pode ser usado para criar notoriedade. Apresento de seguida algumas noções e requisitos para quem quer explorar esta ferramenta na comunicação do seu negócio ou marca: storydoing.

Algumas noções básicas na elaboração de um comunicado de imprensa:

  • Torne-o interessante e informativo; não é um anúncio, é um artigo para notícia;
  • Use um título que chame a atenção;
  • Seja sensível ao tempo – ninguém quer notícias antigas;
  • Atenha-se a um tópico;
  • Escreva num tom profissional, como se fosse um repórter;
  • Faça uma revisão e peça a alguém uma dupla revisão.         

Componentes principais de um comunicado de imprensa:

  • Logótipo (identificação da entidade), Data e indicação de “Para divulgação imediata”;
  • Título: limite de 15 palavras ;
  • Legenda (opcional): manter sintética;
  • Parágrafo principal ou lead: a localização (cidade) negrito e os 5 W’s (quem, o quê, quando, porquê, onde) da história;
  • Parágrafo 2: informações de suporte e pelo menos uma citação;
  • Outros parágrafos: informações adicionais e relevantes;
  • Apelo à ação: URL completo e não incorporado (ex “Clique aqui para visitar o site”) numa frase;
  • Conclusão ou boiler plate: Uma breve descrição da organização e Informações de contato: nome, email, telefone e site.

Um comunicado de imprensa não deve:

  • Ser muito longo (não mais do que 2 páginas, ideal 1 página);
  • Ter muitos estilos de formatação;
  • Incluir pontos de exclamação (a menos que seja uma citação);
  • Exagerar na utilização de determinadas expressões, tais como: eu, nós, nosso, meu/minha.

Distribuição do comunicado de imprensa:

  • Elabore uma lista de contatos dos órgãos de comunicação social a quem vai enviar o comunicado de forma segmentada;
  • Envie o comunicado de forma individualizada para jornalistas específicos, ou pelo menos uma seção de notícias, e idealmente segmente a informação de acordo com o tema (sociedade, política, cultura, roteiros, shopping, agenda, etc.);
  • Utilize um assunto detalhado no email e não simplesmente “Comunicado de Imprensa”;
  • Coloque o comunicado no website;
  • Partilhe o comunicado nas redes sociais.

Há outros aspetos a considerar como o timing e o intervalo com que se devem enviar comunicados de imprensa. Deve ter em conta que os jornalistas e as redações recebem centenas de emails por dia e muitos com comunicados de imprensa e informações de agenda.

Esta explanação não invalida alocar esta implementação com um profissional de comunicação que já tem envolvimento, experiência e contatos junto dos media. Sobretudo, conheça o código deontológico do jornalismo e procure sempre guiar-se pela transparência e boas práticas.

Florbela Barão da Silva

Florbela Barão da Silva criou a consultora de comunicação e Relações Pública ViewPoint a way of making_PR e atua nas áreas de estratégia de comunicação, assessoria de imprensa, media training, monitorização dos media e produção de conteúdos.

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