A Era das Selfies – Dos Feios não reza a História

O culto da imagem nas redes sociais, na era das selfies, marca as tendências dos dias de hoje.

Multiplicam-se os filtros e outras aplicações para edição de imagem nas plataformas sociais. Corrigem-se pequenos defeitos de forma a conseguir o visual aprimorado sem imperfeições, conseguindo assim conquistar seguidores e Likes. As redes sociais são um verdadeiro termómetro desta realidade, uma realidade artificial que se alimenta da superficialidade da imagem ideal.

Esta preocupação com a imagem e o que ela representa não é recente.

De facto, desde os primórdios da humanidade que a fixação na imagem surgia associada a uma identidade insegura e alicerçada num ideal totalmente projetado e idealizado do próprio.

Hoje nada mudou…fotografa-se de forma obsessiva, ao ponto de ficar prisioneiro da imagem idealizada e apelativa, a que irá fazer furor nas redes sociais, a que permitirá aumentar a autoconfiança, alcançar a felicidade momentânea e o um fugaz bem-estar psicológico.

Há um foco claro no perfeccionismo, um perfeccionismo doentio aliado a uma autocrítica sem limites.

Na verdade, tudo vale para satisfazer a necessidade desmesurada de reconhecimento externo. O problema? Este reconhecimento nunca é suficiente, nem é saciado pelo número de Likes.

Há mundo para além da selfie, e ficar refém dela é reduzir o sujeito a uma máscara, sem identidade própria, a uma sombra.

O desafio? Viver sem filtros.

Como será a vida sem filtros?

Acredito que muito mais real, genuína e pautada por verdadeiras emoções. Teremos oportunidade de sentir e experimentar o contato com a realidade, vivê-la na plenitude, sem preocupações de captar o melhor ângulo.

A imperfeição é característica do ser humano, o que torna único e especial, e essa é a verdadeira beleza. É esta beleza, a individualidade, as imperfeições, as áreas de melhoria, mas também os pontos fortes que farão História!

Afinal, de feios não reza a História!

Vera de Melo

CEO/Partner Your People

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