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As novas regras para os grupos de Facebook – que futuro?

As novas regras do Facebook relativamente à admissão de novos membros nos seus grupos lançou o pânico entre muitos administradores desses mesmos grupos (nós incluídas).

Esta reação inusitada deveu-se não tanto ao conteúdo destas regras, mas ao facto de terem entrado em vigor de forma súbita e sem qualquer aviso prévio.

Foi no dia seguinte ao misterioso desaparecimento de inúmeros membros de diversos grupos (no nosso foram mais de 9 000), que o Facebook finalmente nos esclareceu com uma lacónica mensagem publicada no início do nosso mural. Esta mensagem veio a comprovar a pouca informação que tínhamos conseguido apurar até então.

Em linhas gerais, comprova-se que agora as pessoas que foram convidadas por um membro de um grupo a aderir a esse mesmo grupo não entram automaticamente, ficam retidas numa espécie de limbo a que se chamou «modo de pré-visualização».

Este purgatório do Facebook apresenta uma série de especificidades que já referimos no nosso artigo anterior sobre este tema. Nomeadamente, as pessoas que se encontram nesta situação:

  • Podem ler as publicações e respetivos comentários;
  • Podem receber notificações do grupo no seu feed de notícias;
  • Não podem publicar nem comentar;
  • Não podem convidar outras pessoas para o grupo.

Passado o pânico inicial que nos fez pensar em tudo, desde invasões de extraterrestres até ao fim do mundo em cuecas, fazemos agora uma análise objetiva deste novo estado de coisas que nos foi imposto.

Uma primeira leitura do assunto leva-nos a crer que será uma medida positiva que limpa o grupo de membros fantasma, ou seja, aqueles são sem o serem porque nunca interagiram no grupo.

No entanto, este pressuposto aparentemente óbvio tem algumas lacunas:

Por um lado, recebemos nestes dias inúmeros comentários de pessoas que se queixam de ter tido que aderir novamente ao grupo. Ou seja, não eram propriamente membros ausentes, considerando que deram logo pelo sucedido e o reportaram.

É por isso bastante provável que as malhas apertadas do Facebook tenham apanhado na purga inúmeros membros que não se enquadravam nos critérios por si definidos.

Por outro lado, temos em conta um inquérito que aplicámos no nosso grupo aquando do seu primeiro aniversário, o qual levantou alguns dados preocupantes relativamente a estas novas regras.

Estes dados indicavam que quase metade das mulheres (43%) que aderem ao nosso grupo o fazem por convite e não por pedido direto. São portanto pessoas que deixaram de ter adesão direta.

Isto pode ser complicado na medida em que a adesão deixa de ser passiva e passa a ser ativa.

É como a inscrição para dadores de órgãos: se as pessoas tiverem que se inscrever para doar órgãos, não o farão. Se tiverem que se inscrever para não doar órgãos, também não o farão. O que difere não é o objetivo final da ação mas a necessidade de agir, apesar de neste caso estar em causa algo de importância indiscutivelmente vital e não algo relativamente inócuo como o tema que aqui se discute.

Ou seja, agora passa a ser necessário agir para aderir aos grupos, o que irá certamente comprometer o seu crescimento.

Mas o mais preocupante foi outra informação sobre os seus hábitos de participação.

Apenas 27% das respondentes afirmaram publicar no grupo. Geralmente apenas colocam gostos (75%) ou comentam publicações (73%). 18% efetuam contactos por mensagem privada, em resposta a publicações efetuadas no grupo,  e 15% não têm qualquer participação ativa, sendo apenas observadoras. Mas atenção que, mesmo quem diz apenas observar respondeu ao nosso inquérito, logo, interagiu mas de uma forma que o Facebook agora não considera.

Concluímos portanto que o conceito de atividade no grupo é bastante mais abrangente do que o agora adotado pelo Facebook. Podemos ter no grupo pessoas que lêem as publicações e que agem em função do que leram, seja pelo contacto privado com membros ou outras entidades referenciadas, seja pela ação na sequência da informação que ali recolhem.

Estas pessoas que optam por nunca interagir de forma explícita, seja por timidez, falta de destreza na utilização das ferramentas digitais ou ausência de necessidade de o fazer (porque podem resolver as questões agindo de forma não explícita), não terão qualquer incentivo para efetivar a sua presença no grupo, podendo permanecer indefinidamente na lista de convidados.

Este facto, em vez de limpar o grupo de membros fantasma, acaba por promover a sua perpetuação. Em vez de termos no grupo pessoas que na realidade nunca acederam ao mesmo mas que contam como membros, passamos a não ter no grupo pessoas que a ele acedem com regularidade mas que não contam como membros.

Resumindo e concluindo: alguma coisa mudou para que tudo continuasse na mesma.

Prevemos por isso que, no futuro, o nosso grupo de membros irá apresentar um crescimento muito menos acentuado do que até aqui, enquanto a nossa lista de convidados vai continuar a aumentar.

Esta evolução irá substimar a relevância do grupo, pois o seu verdadeiro impacto não será contemplado quando se ignora parte substancial daqueles que dele usufruem.

O que podemos então fazer quanto a isto? Nada. A ditadura das redes sociais assim o determina, pelo que nos resta continuar a tirar o melhor partido possível desta rede que tanto nos dá mas que de vez em quando nos prega umas valentes rasteiras.

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