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Guarda-roupa interessante sem gastar fortunas – É possível?

A maior parte dos primeiros contactos que recebo das minhas clientes é a solicitar apoio na compra de roupa nova. “Não tenho nada de jeito para vestir e preciso mesmo de comprar roupa”, dizem-me.

Realço que, na maioria dos casos, isso não é bem verdade.

Quando recebo este tipo de pedido, tento perceber primeiro o porquê desta necessidade. Não existe mesmo roupa? O corpo mudou e a roupa que tem já não serve? Mudou de actividade profissional e o que tem não se adequa? Está com a auto-estima mais em baixo e precisa de um refresh no seu estilo pessoal?

As razões pelas quais as mulheres procuram ajuda nesta área são variadíssimas e a minha função é perceber bem quais as suas reais necessidades e o que podemos fazer juntas para colmatar isso.

Independentemente da razão principal que leva a este pedido de ajuda, o que tem acontecido maioritariamente é que as mulheres não conseguem perceber a real potencialidade do seu guarda-roupa. Ou seja, até têm bastante roupa (ou a suficiente), mas não sabem como podem rentabilizar ao máximo o que têm.

Aquela sensação que temos imensa roupa, mas nada para vestir. Quem nunca sentiu isto alguma vez na sua vida?

É fantástico para mim assistir à satisfação das minhas clientes quando percebem que não precisam de comprar tanta roupa como tinham pensado inicialmente (ou mesmo nenhuma).

A verdade é que, cada vez mais, as mulheres querem evitar o gasto desnecessário de dinheiro e isso é uma preocupação válida e muito racional.

De uma forma geral, noto também que as pessoas estão a tentar simplificar as suas vidas e isso inclui também o guarda-roupa. Começa a haver uma consciência global de que não precisamos de ter muito para sermos verdadeiramente felizes. “Menos é mais” começa a fazer todo o sentido.

Além disso, é importante percebermos que a indústria da moda é uma das mais poluentes. Emissão de gases, poluição da água e produção em excesso de lixo têxtil são uma realidade assustadora. É essencial sermos sensíveis e podermos contribuir para minimizar esta questão.

Uma forma de contribuir para a diminuição da poluição associada à industria da moda é evitar o consumo excessivo de roupa. E é bem mais fácil do que inicialmente parece. Apenas precisamos de ter um guarda-roupa consciente e inteligente.

Muitas mulheres gastam muito dinheiro em roupa na esperança de ter mais opções e perdem imenso tempo a escolher o que vestir diariamente. O que acontece na maioria dos casos é que acabam por vestir sempre os mesmos conjuntos, originando frustração e desânimo.

Identificam-se com esta situação? Quantas de vós sentem que têm o guarda-roupa cheio e ainda assim parece que não têm nada de jeito para vestir? Ou vestem sempre os mesmos conjuntos, ignorando uma série de peças que ficam a encher o guarda-roupa?

Não se sintam tristes. A verdade é que a maior parte das mulheres não usa todo o conteúdo do seu guarda-roupa.

Porque é que isto acontece?

As razões podem ser imensas e cada uma de nós tem as suas. No entanto, pela minha experiência, os principais motivos são:

. Excesso de roupa

É importante avaliarmos se o que temos continua a fazer sentido. Por exemplo, pode existir roupa que já não nos serve e nunca mais vai servir, ou que não se adequa minimamente ao nosso dia-a-dia.

. Organização pouco funcional

Se o guarda-roupa não está bem organizado e não conseguimos ver facilmente tudo o que temos, é muito provável que existam peças que acabam por ficar esquecidas.

. Não saber como conjugar as peças

Este é o ponto fulcral de um guarda-roupa bem construído. Saber conjugar bem todas as peças que temos, criando variadíssimos conjuntos diferentes e interessantes.

Para criar um guarda-roupa verdadeiramente prático, funcional, interessante e económico é necessário entender o que faz realmente sentido.

Existem algumas questões a considerar:

1 . Ter peças que realmente adoramos

Quando temos o guarda-roupa cheio de peças que até nem gostamos muito, mas achamos que iremos precisar, a probabilidade de nunca (ou raramente) usarmos essas peças é muito alta. Ao ter apenas peças que adoramos garantimos que usamos mesmo todas as peças com regularidade.

2. Ter peças que favorecem o nosso corpo

Conhecer o nosso corpo é fundamental para sabermos escolher as peças que enaltecem os nossos pontos fortes e disfarçam aqueles com os quais não nos sentimos tão confortáveis. Sim, porque todas nós temos características que gostamos mais e menos e está tudo bem, apenas temos de saber usar a roupa certa.

3. Ter peças muito versáteis

Quanto mais versáteis as peças maior a possibilidade de conseguirmos conjuntos diferentes com as mesmas. O ideal é que as peças possam ser usadas o maior número de vezes e em situações bastante distintas.

4. Ter peças que se adaptam ao nosso estilo de vida

Temos de perceber a nossa rotina para melhor escolher a roupa que é adequada. O meu emprego é formal ou informal? Passo muito tempo em actividades com os meus filhos pequenos? Saio muitas vezes à noite com as minhas amigas? Etc.

5. Saber conjugar as peças entre si

Ao sabermos conjugar as peças não necessitamos de ter tantas. Para isso é necessário inspiração e coragem para arriscar em combinações novas e diferentes do que é habitual.

Quando finalmente percebemos a real potencialidade do nosso guarda-roupa isso leva a uma poupança consciente de dinheiro, tempo e meio ambiente. Além da nossa própria satisfação em criar algo que realmente faz sentido para nós e é uma extensão de quem somos!

Rita Completo

Consultora de Imagem

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Fotografia de chuttersnap no Unsplash

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