Home Testemunhos No sofá com a Empreendedora Joana Beirão – Boxdecor

No sofá com a Empreendedora Joana Beirão – Boxdecor

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P. – Qual a tua atividade profissional?

Design de Interiores e Concepção de novos Conceitos de Negócio. Sou também Mentora de Empreendedorismo e Inovação.

P. – Quando sentiste o “chamamento” do empreendedorismo na tua vida?

Talvez por pertencer a uma família tradicional portuguesa com muitos irmãos e poucos recursos, me fez ver que empreender seria um caminho viável para obter o que queria. Desde cedo desenvolvi capacidades criativas e pró-activas, aprendemos a fazer omeletas com poucos ovos, com qualidade e bom gosto, respeitando primeiramente os valores familiares e patrimoniais. Daí até o estado de empreender ser um gosto, foi um tirinho.

O meu estímulo funciona por desafios, neste sentido, foi nessa linha que desenvolvi a minha carreira.

Interessa-me pouco o que é fácil, pelo que observo mais do que vejo e inovo mais do que sigo.

P. – Como começaste o teu percurso empreendedor?

Os criativos são educados academicamente a serem empreendedores, gerirem os seus próprios clientes, é esse o nosso desejo máximo. Quando quis aumentar o meu espectro de clientes na área da arquitectura de interiores percebi que tinha de inovar, o modelo tradicional de atelier do inicio da minha actividade já mostrava algumas fragilidades e não me preenchia. Também estava confinado a uma elite e isso não me agradava. O aparecimento da internet veio acelerar a oportunidade de democratizar serviços. O primeiro modelo montado verdadeiramente assente em valores democráticos e online aconteceu em 2005.

Foi um pioneirismo naif, antecipei o que iria acontecer, mas não previa que fosse tão exigente.

P. – Que dificuldades encontraste nesse percurso e como as contornaste?

A maior dificuldade foi fazer-me entender, já que estava a inovar. Arriscar foi a forma que adoptei para avançar, mas como pioneira sofri as dores de quem desbravava caminho. Isso, em Portugal, ainda hoje se paga muito caro. Tipicamente ainda é necessário trazer o valor internacional. Felizmente há sinais de mudanças a esse nível, mas é ainda um obstáculo a transpor.

Na altura a cultura de empreendedorismo em Portugal assentava na tentativa e erro, hoje já não é assim.

Depois de errar, decidi aprender aquilo que hoje ensino aos outros e que é muito gratificante.

P. – Comparando a tua atual atividade profissional empreendedora com o trabalho que tinhas antes, que diferenças destacas?

É mais diferenciado. Acumular duas actividades permite-me ser útil em mais dimensões empresariais.

À minha actividade base, acumulei a capacidade de ser muito útil a quem tem negócios, conseguindo ajudar na modelação e desenvolvimento do Modelo de Negócio, Conceito e consequentemente Marca. Então hoje faço Design e Arquitectura de Interiores e apoio também na criação de novos Conceitos e Marcas.

P. – Que dicas gostarias de partilhar para quem quer dar os primeiros passos numa carreira empreendedora?

Nunca avance para o modelo empresarial sem primeiro Mostrar, Testar e Validar.

Tenha atenção às tendências, hoje a Sustentabilidade, Valores Sociais e a Autenticidade, que é o mesmo que dizer Local, são as linhas orientadoras do futuro mas que já hoje acontece.

O segredo já não é a alma do negócio, o mais cedo que souberem que a vossa ideia não irá chegar para ser negócio, melhor!

Nunca façam nada sozinhas e juntem-se a pessoas críticas, preferencialmente fujam das pessoas que concordam com tudo o que fazem.

Procurem a pluridisciplinariedade, experts e façam networking de qualidade. Envolvam-se com a comunidade e tirem partido de serem Mulheres.

Não percam tempo e façam aquilo que deve ser feito. Tenham foco.

Por último, a solução dos negócios são as vendas. Se não souber Criar, tem de saber Vender!

E claro, não se esqueçam de inovar, pois é o factor que vai manter o vosso negócio com interesse, durante mais tempo.

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