Home Artigos Empreendedorismo Serão os rankings que ditam a influência e o poder das mulheres empreendedoras?

Serão os rankings que ditam a influência e o poder das mulheres empreendedoras?

Ursula von der Leyen, Christine Lagarde e Kamala Harris. Estes são os nomes das três mulheres mais poderosas do mundo, segundo a lista da Forbes. Três mulheres relacionadas com o mundo da política. Duas delas, europeias, uma norte americana. Atualmente, com a crise geopolítica e financeira, são das personalidades femininas que mais aparecem na televisão… mas não por motivos positivos. Estariam elas nesta posição do ranking se não se tivesse desencadeado uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia que causou perturbações políticas e financeiras?

Só em 4º lugar aparece uma mulher influente no mundo dos negócios e empreendedorismo: Mary Barra, dos EUA, que é CEO da General Motors, sendo a primeira mulher a liderar uma das grandes três fabricantes automóveis no país. No Top 10 há apenas mais duas personalidades nesta categoria: Karen Lynch, a norte-americana CEO da CVS Health que ocupa o 8º lugar e Julie Sweet, também norte-americana e Presidente e CEO da Accenture, em 9º lugar.

Portuguesas, não há nenhuma. Quando se pensa neste tipo de rankings, principalmente da Forbes, por vezes é considerado impensável ter alguma portuguesa presente. Mas não devia ser. Somos tão, ou até mais, capazes do que qualquer uma das que estão atualmente no ranking.

Portugal é um país de empreendedores, mas também de empreendedoras. As mulheres portuguesas, que sei por experiência própria, estão cada vez mais empenhadas em entrar neste mundo.

Recentemente, li um artigo que dava conta de que, no mês de março de 2023, foram constituídas em Portugal 4793 novas empresas, valor que representa um aumento de 77 empresas face ao período homólogo. No total do primeiro trimestre deste ano, o número de novas empresas constituídas foi de 14.885 em território nacional.

Gosto de pensar que pelo menos 15% destas novas empresas foram constituídas e são lideradas por mulheres. E que para o ano, este valor possa passar para 20%, e assim sucessivamente. Acho que não é difícil, pois ser líder e ser mulher em Portugal é cada vez menos complexo, tendo em conta que há cada vez menos estereótipos e preconceitos com o facto de existirem mulheres a liderar projetos.

E tal como há benefícios em ter homens na liderança de empresas, também há benefícios em ter mulheres: temos um olhar mais delicado para com o negócio e para com as equipas e somos mais atentas e cautelosas com tudo no geral. No entanto, não nos podemos considerar melhores ou piores consoante o nosso género. Apenas ter noção que somos diferentes, com vivências, histórias e aptidões diferentes.

Eu, por exemplo, sempre quis ser empreendedora, desde que me lembro. Depois de ter passado por várias experiências no setor dos franchisings, conheci a TAB em 2020 e achei que fazia sentido trazer a marca para Portugal. Candidatei-me a um Master Franchise e, em 2021, fui escolhida para liderar o mercado português. Não estou em nenhum ranking, mas com este feito tornei-me a mulher mais jovem com um franchising da marca em todo o mundo, lançando o conceito em Portugal em 2022.

É este tipo de perspetiva e vivência que me leva a ser convidada para eventos como a Conferência e Feira de Negócios “As Vozes do Empreendedorismo Feminino”, que decorreu de 18 a 20 de maio no Templo da Poesia do Parque dos Poetas, em Oeiras. Sendo o maior evento de empreendedorismo feminino em Portugal, e estando a TAB presente como organização patrocinadora,dediquei o foco da minha intervenção ao empoderamento profissional e a uma maior formação em negócios por parte das mulheres empreendedoras.

Rita Maria Nunes – TAB Portugal

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