Home Testemunhos No sofá com a Empreendedora Analita Santos – O prazer da escrita

No sofá com a Empreendedora Analita Santos – O prazer da escrita

P. Qual a tua actividade profissional?

Agora, vivo para a Escrita. Antes, fui diretora de Marketing e Comunicação em duas unidades hoteleiras de cinco estrelas, no Algarve.

Um burnout fez-me parar e obrigou-me a escolher: o frenesim da carreira profissional ou a Maternidade. Escolhi a Maternidade. Aos 38 anos fui Mãe de uma Maria Matilde e depois dos 40, Mãe de uma Maria Inês. Foram as minhas filhas, a minha imensa fonte de inspiração e de força quase sobrenatural para concretizar o grande sonho, tantas vezes adiado: o sonho de escrever e publicar um livro.

Em 2018, dei finalmente o salto do anonimato e em 2019 publiquei o meu primeiro livro infanto juvenil condensando outra das minhas paixões – o Ambiente – livro prestes a entrar na sua 3.ª edição.

A partir do momento em que decidi tomar as rédeas da minha vida, da minha escrita e criatividade, a magia começou a acontecer. Já participei em duas coletâneas, estou a terminar o 2.º título da coleção “A Irmandade da Rocha”, a iniciar o processo da ilustração de uma nova história infantil (com uma MAO!) e a escrever um romance.

Posso dizer que estou presentemente 100% dedicada à Escrita:

– Dinamizo Clubes de Escrita Criativa;

– Faço sessões de promoção da leitura e educação ambiental em escolas, bibliotecas e feiras do livro com o meu livro “A Irmandade da Rocha”;

– Faço Coaching Literário online para aspirantes a escritores;

– Dou formação presencial para particulares e empresas na área da Comunicação Escrita;

– Sou colunista no jornal Sul Informação;

– Sou com frequência convidada como membro do júri para eventos relacionados com a Escrita;

– Estou em processo criativo de dois livros infantis e um romance;

– Irei lançar brevemente um programa online inovador que irá ajudar pessoas a escrever com mais confiança e emoção e apoiá-las rumo à concretização do seu sonho de também um dia escreverem e publicarem um livro.

P. Quando sentiste o “chamamento” do empreendedorismo na tua vida?

Na verdade, sempre fui muito “empreendedora”, mesmo quando trabalhava por conta de outrem. Usava as minhas palavras para fazer acontecer, e por isso, o meu gosto pela escrita foi sendo descoberto e “utilizado” nos meus diversos empregos até alcançar o cargo de direção. Durante 20 anos, fui escrevendo brochuras de viagens, textos para websites e blogues, artigos para revistas e jornais como ghost writer, conteúdos para redes sociais, argumentos para vídeos.

Quando tive o burnout e decidi não regressar ao meu cargo, muitas das pessoas que me rodeavam disseram que estava desperdiçar a minha carreira. Eu, pelo contrário, acabei por pressentir que aquela seria a minha “oportunidade de ouro”, para ser finalmente Mãe, para investir na minha formação e dedicar-me a algo que sempre me apaixonou: o prazer da Escrita. E assim foi.

P. Como começaste o teu percurso empreendedor?

Como dizia acima, este meu espírito de empreendedora sempre me acompanhou e levou-me onde na altura pretendia: a um cargo de chefia. Porque, na minha opinião, podemos ser “empreendedoras” em tudo o que fazemos. Aliás, para mim, “ser empreendedora” é uma forma de estar na vida. Qualquer pessoa que é criativa, inovadora, focada e sabe implementar estratégias para potenciar e delinear o seu futuro, tem à sua maneira, dentro do seu próprio contexto profissional, um espírito “empreendedor”.

P. Que dificuldades encontraste nesse percurso e como as contornaste?

As principais dificuldades foram de índole financeira e alguma estranheza por parte das pessoas com quem convivia na altura em que fiz a opção de me demitir. Na prática, tive de fazer um downsizing ao meu estilo de vida e com duas crianças, a realidade do dia a dia tornou-se um pouco complicada. Hoje em dia, tudo está mais estabilizado e com boas perspetivas futuras. Sempre em torno das Palavras, dos Livros e da Escrita.

P. Comparando a tua actual actividade profissional empreendedora com o trabalho que tinhas antes, que diferenças destacas?

A grande diferença entre trabalhar por conta própria e por conta de outrem é a gestão do meu tempo. Mas que fique bem claro, que isso não significa trabalhar menos. Pelo contrário! Atualmente, levanto-me às 6:30 da manhã para ler e depois de levar as crianças à escola, trabalho quase ininterruptamente até às 18:00. Por vezes, à noite também, quando tenho sessões de coaching literário.

Mas, mesmo que o ritmo seja alucinante, o prazer de fazermos aquilo de que gostamos; de sentirmos estar a cumprir “o nosso propósito”, dá-nos um ânimo e um dinamismo indescritível. Claro que também há dias menos bons. Mas, a isso, se chama “Viver”, certo?

P. Que dicas gostarias de partilhar para quem quer dar os primeiros passos numa carreira empreendedora?

Procure aquilo que realmente mais gosta de fazer e siga em frente! Nada é mais triste do que desperdiçarmos a nossa maior riqueza que é o nosso “tempo de vida”, numa atividade que não nos preenche e não nos motiva. O dinheiro não pode ser o comandante da nossa existência. Nós é que somos. Nós, e aquilo que mais gostamos de fazer. Chamem-lhe” propósito de vida”, “desígnio maior”, “missão”.

Cada um pode dar-lhe um nome diferente, mas o sentimento é o mesmo: aquela sensação que estamos a ser verdadeiramente úteis e o nosso tempo, bem utilizado. Claro que nos primeiros tempos temos de fazer ajustes, principalmente, a nível financeiro. Inicialmente, não existe aquela estabilidade que um ordenado fixo proporciona. Mas com esforço, dedicação e muito trabalho, podemos vir a duplicar o nosso rendimento e ainda por cima, estando a fazer aquilo que mais gostamos!

É muito importante investir em formação na nossa área de atuação, comunicarmos ao Mundo que existimos e que estamos aqui para fazer a diferença positiva em que confia no nosso trabalho. Com genuinidade, entrega, honestidade e muito, muito trabalho, o Sucesso acabará por chegar, como uma consequência, quase natural. Cada uma de nós, tem dentro de si, a sua própria definição de sucesso. Temos é de “fazer acontecer”, sem desculpas pelo caminho!

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