Home Noticias Prémio Sakharov reconhece Direitos das Mulheres

Prémio Sakharov reconhece Direitos das Mulheres

Este está a ser um grande ano para as mulheres. Depois de Claudia Goldin ter sido galardoada com o Prémio Nobel da Economia, Jina (Mahsa) Amini e o movimento iraniano «Mulher, Vida, Liberdade» venceram o Prémio Sakharov, o mais alto galardão atribuído pela União Europeia para reconhecer a defesa dos direitos humanos.

Esta jovem iraniana de 22 anos era, até à sua morte no ano passado, uma jovem tranquila que procurava viver a sua vida sem sobressaltos. Mas num estado repressivo e fundamentalista, que oprime severamente as mulheres, não é necessário desafiar explicitamente a autoridade para encontrar a morte às mãos da brutalidade policial. Basta um ato banal, como supostamente não estar a usar corretamente o lenço de cabeça (hijab), para justificar uma detenção.

Amini foi detida em setembro de 2022 num transporte público em Teerão, enquanto se encontrava na companhia da sua família, tendo sido transferida para a custódia de uma força policial dedicada à proteção da moralidade. Segundo testemunhas, ela foi torturada e insultada ainda no local, o que terá originado ferimentos que mais tarde se revelaram fatais. Quando já se encontrava sob custódia policial, terá então colapsado e sido transportada para o hospital, onde permaneceu em coma durante dois dias, até acabar por falecer.  

Daqui resultaram duas versões radicalmente distintas da história. Segundo fontes policiais, a jovem terá sofrido um ataque cardíaco sem nenhuma causa aparente; segundo testemunhas, Jina colapsou após ter sido humilhada e severamente agredida por agentes da chamada «polícia da moralidade». O confronto entre as duas versões da história tem originado inúmeros protestos violentos que conseguiram não ser silenciados e, agora, a atribuição de este prémio reforça a condenação internacional de um ato brutal e injustificado.

Este reconhecimento já vem tarde para Jina Amini, mas vem ainda a tempo para todas as mulheres que acreditam que estão em segurança enquanto a misoginia circula na nossa sociedade. Não há barreiras geográficas que detenham o fundamentalismo, a intolerância e a opressão e, se hoje são as mulheres iranianas a sofrer este martírio, amanhã poderemos ser nós, mulheres na Europa ou em qualquer outra parte do mundo. Por isso temos que lutar juntas para construir um mundo melhor para todas.

Ver Também

Speed Networking – investir em conexões de valor

A nova comunidade de networking das Mulheres à Obra, o «Connect Hub by MAO», realizou esta…