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Mãe consciente, sim… Mãe perfeita, não

Parentalidade consciente

Considero-me uma mãe consciente, mas não sou perfeita (ninguém o é), longe disso … nem o quereria ser. Quero ser autentica, genuína, com todas as coisas boas e menos boas. Com todas as “falhas” inerentes ao ser humano.  Mas sou atenta. Observo, conheço-me, reflito, aprendo e procuro melhorar.

Sou uma mãe confiante e acredito que faço o melhor que posso e sei, e em cada momento:

*Guio-me pelas minha intenções enquanto mãe.

*Guio-me pelos valores base da Parentalidade Consciente.

*Procuro estabelecer uma relação forte e saudável com as minhas filhas.

*Procuro estar presente e conectar-me, comigo e com elas…

* Acredito no poder da comunicação autentica.

Quando falamos de Parentalidade Consciente, muitas mães se questionam se não é algo maravilhoso em conceito, mas impossível de pôr em pratica.

De alguma forma atribuímos este conceito a uma forma de ser mãe quase exemplar e aí temos medo. Medo de não ser capazes, sentimentos de culpa de não conseguirmos ser aquela mãe perfeita que sonhamos, de não conseguirmos ser o exemplo que queremos ser para os nossos filhos. E isso cria ansiedade e pressão…

Mas ser mãe consciente é muito mais sobre desaprender preconceitos do que aprender conceitos, é sobre aceitar que somos quem somos e que os nossos filhos são como são. E não nos julgarmos, não nos pressionarmos.

É fazermos o melhor que sabemos, com os recursos que temos, tendo a consciência de que somos autenticas e humanas. E querer aprender, e querer melhorar… porque os nossos filhos potenciam o nosso crescimento.

O que posso dizer é que a Parentalidade Consciente me ajudou a crescer enquanto mãe, a deixar ir eventuais sentimentos de culpa e preconceitos e aceitar-me tal como sou. Sem julgamentos. E aceitar as minhas filhas tal como são. E está tudo bem!

Deixo de sentir culpa quando tenho em mente uma conexão real, autentica e saudável e vivo de acordo com os meus valores. Quando me aceito a mim e às minhas filhas tal como são, não importa o que os outros pensam ou julgam.

*Pratico a auto compaixão: olho para mim com o mesmo carinho, amor, cuidado e gentileza com que olho as pessoas que mais amo, ofereço espaço para falhas e erros seja como mãe, seja como pessoa.

* Pratico o não julgamento:  sei que não há mães perfeitas, mas que somos todos perfeitos na nossa imperfeição. Nós e os nossos filhos.

* Confio na minha intenção e sabedoria interior

 “Como mãe, quando pratico auto compaixão valorizo-me pela mãe que sou, com todas as coisas boas e menos boas que tenho. Crio um espaço onde tenho a oportunidade de mudar a minha parentalidade com consciência e pela positiva, estando consciente de que não há nada de errado comigo, agora, nem que terei mais valor depois.”

Heartfulness – Mikaela Ovén

Sei que mãe quero ser e estou disponível a dar o melhor de mim e disponível para aprender com as minhas filhas.

Tenho direito a dias maus… todas temos dias maus… tenho direito a estar cansada, a não ter sempre a mesma paciência, a não conseguir comunicar ou ouvir em presença, a julgar mesmo quando não quero, a querer estar sozinha, e até “a perder a cabeça”.

Quando me aceito nesta genuína “imperfeição” mostro também às minhas filhas que há espaço e coragem para ser vulnerável e que não deixo de ter valor como pessoa ou como mãe quando as coisas correm menos bem, pois há sempre espaço para as nossas forças e para as nossas fraquezas.

Sei que quero transmitir às minhas filhas valores como o respeito pela integridade, nossa e dos outros, pelos limites de cada um, nossos e dos outros, o igual valor, o ser autentico e genuíno e é com esses valores que me alinho. E confio!

Ser mãe é uma das experiências mais maravilhosas pelas quais podemos passar na vida.

Amo as minhas filhas incondicionalmente e faço tudo para vê-las felizes não desrespeitando os meus limites. Ser mãe é maravilhoso e desafiador, é ser dona de um amor inexplicável, mas ainda assim, ser mãe é apenas uma parte de quem somos.

Vivemos diariamente o ser mãe e o ser mulher e temos que equilibrar esses e outros papéis, o que nem sempre é fácil. E normalmente não é!

Por isso, permite-te ser por vezes, apenas tu, mulher, ser humano…consciente de que és perfeita na tua imperfeição.

“O importante é que sejamos autênticos, que honremos os nossos filhos – e a nós mesmos- o melhor que pudermos.”

John kabat-Zinn

 

Fátima Gouveia e Silva

Coach e Facilitadora de Parentalidade consciente

Leia o Testemunho da Fátima Gouveia e Silva no nosso Portal

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